A recém-instalada CPMI do INSS, no Congresso Nacional, tem como objetivo investigar a fundo as denúncias de fraudes e falhas que assolam a Previdência Social. Composta por 32 parlamentares, entre senadores e deputados federais, a comissão terá um prazo inicial de 120 dias para apurar desvios de recursos, atuação de quadrilhas, lentidão processual, falhas digitais e irregularidades em aposentadorias, pensões e empréstimos consignados.
A eleição para a presidência da CPMI surpreendeu ao eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG), da oposição, derrotando o favorito Omar Aziz (PSD-AM). A vitória foi articulada com a retirada da candidatura de Eduardo Girão (Novo-CE), unindo os votos oposicionistas e causando um revés para o governo e para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Em uma jogada inesperada, o recém-empossado presidente Carlos Viana indicou o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, para a relatoria da comissão. A decisão substituiu Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que já se apresentava como o relator indicado pela Câmara, gerando atritos políticos.
Ayres havia manifestado a intenção de conduzir o processo de forma técnica e imparcial, com foco em investigações sobre consignados e associações suspeitas de fraudes. A mudança na relatoria levanta questionamentos sobre os rumos da CPMI e a prioridade das investigações.
“A comissão deve buscar medidas que impeçam novos prejuízos aos aposentados, sem distinção de governos”, declarou Viana em seu discurso de posse, prometendo independência e responsabilidade nos trabalhos da CPMI. A expectativa é que o colegiado apresente resultados concretos para sanar as irregularidades e garantir a segurança e transparência na gestão da Previdência Social.