O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra a Venezuela, classificando o país como um dos piores atores no combate ao narcotráfico. A declaração foi feita em coletiva na Casa Branca, onde Trump defendeu o ataque letal a uma embarcação venezuelana, ocorrido na terça-feira. A ação, segundo ele, visava impedir o transporte de drogas para os EUA.
Trump justificou a ação como uma medida para dissuadir traficantes, afirmando que a grande quantidade de drogas que entram nos Estados Unidos causa inúmeras mortes. “Havia enormes quantidades de drogas entrando em nosso país para matar muitas pessoas, e todos entendem isso perfeitamente”, disse ele. A administração americana alega que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, lidera um cartel de tráfico de cocaína.
A tensão entre os dois países se intensificou após os Estados Unidos dobrarem a recompensa pela captura de Maduro, oferecendo US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão para enfrentar acusações de narcotráfico. Em resposta, Maduro acusou Trump de tentar promover uma mudança de regime na Venezuela e lançou uma campanha de mobilização nacional. O governo venezuelano ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ataque à embarcação.
O ataque, que ocorreu em águas do Caribe, representa uma mudança na estratégia antinarcóticos dos Estados Unidos, marcando uma transição de ações de competência policial para uma abordagem militar. Trump chegou a divulgar um vídeo nas redes sociais que mostrava uma lancha rápida com vários motores e pessoas a bordo. O ex-presidente declarou que 11 supostos membros do grupo criminoso Tren de Aragua morreram na operação.
“Este ataque deve servir de aviso a qualquer pessoa que sequer pense em introduzir drogas nos Estados Unidos”, enfatizou Trump. No entanto, o ministro da Comunicação venezuelano, Freddy Ñáñez, questionou a autenticidade do vídeo divulgado por Trump, sugerindo que ele poderia ter sido criado com o uso de inteligência artificial (IA). A situação agrava ainda mais as relações já tensas entre os dois países.