O segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados, acusados de orquestrar uma suposta tentativa de golpe para anular as eleições de 2022, foi marcado por fortes críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes. O julgamento, que teve início na quarta-feira (3), colocou em xeque a conduta de Moraes durante a fase de investigação, segundo a defesa do general Augusto Heleno.
Matheus Mayer, advogado de Heleno, questionou a imparcialidade do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele argumentou que Moraes teria demonstrado uma postura “muito mais proativa” do que a própria Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão responsável pela acusação. “Qual o papel do juiz julgador ou inquisidor? O juiz imparcial é um juiz afastado da causa”, declarou Mayer, levantando dúvidas sobre a isenção do magistrado.
Augusto Heleno, general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), figura como um dos oito réus no processo que apura a alegada trama golpista. A defesa busca agora demonstrar que a condução do caso por parte de Alexandre de Moraes comprometeu a garantia de um julgamento justo e imparcial.
