Pequim exibiu sua crescente força militar em um imponente desfile na Praça Tiananmen, com a presença inédita dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Kim Jong Un, da Coreia do Norte. O evento, que marca os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, serviu como palco para a demonstração do poderio bélico chinês e um possível alinhamento geopolítico.
O presidente Xi Jinping, em seu discurso, alertou sobre a persistente escolha entre “a paz ou a guerra”, sinalizando a ambição da China em um cenário global de crescentes tensões. Sem mencionar diretamente os Estados Unidos ou questões sensíveis como Taiwan, Xi enfatizou que a China é uma força “imparável”, ecoando o sentimento de ascensão e determinação do país. A parada militar, meticulosamente organizada, expôs uma vasta gama de armamentos chineses, incluindo mísseis nucleares intercontinentais e drones submarinos.
A exibição de poderio militar incluiu, segundo a agência Xinhua, os mísseis DongFeng-5C, com “alcance global”, e os projéteis de cruzeiro ChangJian-20A, YingJi-18C e ChangJian-1000. A demonstração de força atraiu a atenção de líderes mundiais, como o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, e gerou reações imediatas, incluindo acusações de conspiração por parte do ex-presidente americano Donald Trump.
Trump, em sua plataforma Truth Social, ironizou o encontro, enviando “cumprimentos calorosos” a Putin e Kim Jong Un por supostamente “conspirarem contra os Estados Unidos da América”. O Kremlin respondeu com a esperança de que Trump estivesse sendo irônico, demonstrando o impacto diplomático e as interpretações multifacetadas do evento.
A parada militar não foi apenas uma demonstração de poder, mas também um evento diplomático estratégico. Xi Jinping recebeu líderes de 10 países para a cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), visando promover uma governança mundial alternativa. Em um encontro bilateral, Putin agradeceu a Kim pelo apoio na “luta contra o neonazismo contemporâneo” e pelo envio de tropas para a Ucrânia, revelando os laços estreitos entre Rússia e Coreia do Norte.



