Casal do Paraná transforma van em casa sobre rodas e vive aposentadoria viajando pelo Brasil

Após décadas dedicadas ao trabalho, Renato Cardoso Machado, de 72 anos, e Lúcia Moreira Machado, de 68, decidiram desacelerar — mas sem abrir mão da aventura. Moradores de Maringá, no norte do Paraná, o casal transformou uma van em uma verdadeira casa sobre rodas e passou a viver a aposentadoria viajando pelo Brasil.

Renato construiu carreira como veterinário e servidor público, enquanto Lúcia atuou na área administrativa. Hoje, a única pressa da dupla é organizar as malas antes de cair na estrada. Há cerca de cinco anos, eles resolveram realizar um antigo sonho: viajar com liberdade, levando o próprio lar junto.

As primeiras aventuras foram feitas a bordo de uma Kombi adaptada. No início deste ano, no entanto, o projeto ganhou uma nova fase com a transformação de uma van em motorhome, batizada de Kathita II — uma evolução da primeira “Kathita”, nome escolhido por significar algo bonito e atraente.

Desde então, Renato e Lúcia já passaram por cidades de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, além de diversas regiões do Paraná. O próximo grande objetivo é ainda mais ambicioso: chegar até Ushuaia, no extremo sul da Argentina.

A ideia de viajar sobre rodas surgiu em 2020, de forma inesperada. Um dos dez netos do casal, ainda criança, mostrou vídeos na internet sobre motorhomes e despertou a curiosidade dos avós. Renato se empolgou, começou a pesquisar modelos e estabeleceu alguns critérios básicos, como teto alto e banheiro, para garantir conforto durante as viagens.

O veículo ideal foi encontrado em Santa Catarina. Renato fez questão de planejar pessoalmente cada detalhe da adaptação interna. Com tudo pronto, a primeira viagem levou o casal à Serra Catarinense — e confirmou que a decisão tinha sido acertada.

No início, a novidade causou surpresa e apreensão entre os quatro filhos do casal. A falta de tradição familiar com acampamentos e viagens desse tipo gerou dúvidas quanto à segurança. Com o tempo, porém, a desconfiança deu lugar ao entusiasmo.

“Os filhos, a princípio, acharam que era uma maluquice essa ideia. Até porque a gente não tinha essa vivência na família. Nunca acampamos quando éramos jovens e eles eram crianças. Eles duvidavam que essa ideia ia para frente, mas foi um sucesso. Hoje todo mundo se empolgou, principalmente os netos. Todo mundo quer viajar com a vovó”, contou Lúcia.

Hoje, o casal segue colecionando histórias, paisagens e quilômetros, provando que a aposentadoria pode ser o começo de uma das fases mais livres e aventureiras da vida.

fonte: g1.globo