Moraes Determina Perícia da PF em Heleno Após Contradições Sobre Diagnóstico de Alzheimer

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que o general Augusto Heleno seja submetido a um laudo pericial conduzido por médicos da Polícia Federal. A decisão, proferida nesta segunda-feira (1), surge em meio a informações conflitantes apresentadas pela defesa do militar, condenado a 21 anos e 11 meses por envolvimento em tentativa de golpe. O objetivo é esclarecer o real estado de saúde de Heleno.

Inicialmente, a defesa alegou que Heleno sofria de Alzheimer desde 2018, o que levantou questionamentos sobre sua capacidade de liderar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República durante esse período. Essa informação foi apresentada durante o exame de corpo de delito, no momento da detenção do general, ocorrida em 22 de novembro. A alegação, no entanto, causou estranheza e demandou averiguação.

Posteriormente, a estratégia da defesa tomou um novo rumo. Os advogados de Heleno passaram a sustentar que o diagnóstico de demência mista (Alzheimer e vascular) só foi confirmado em janeiro de 2025. Essa mudança de versão gerou ainda mais dúvidas e motivou a determinação de Moraes para a realização da perícia. A Polícia Federal deverá agora fornecer um parecer técnico conclusivo sobre a condição neurológica de Heleno.

A perícia médica da PF busca, portanto, dirimir as controvérsias em torno do diagnóstico do general. A avaliação deverá esclarecer se Heleno já apresentava sinais de demência em 2018, como alegado inicialmente, ou se a condição se manifestou apenas em um período posterior, conforme a segunda versão apresentada pela defesa. O resultado do laudo será crucial para as próximas etapas do processo judicial.