Bolsonaro Detido Após Tentar Violar Tornozeleira; Alega ‘Alucinação’ e Uso de Antidepressivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso e passou por audiência de custódia neste domingo, após ser acusado de tentar violar sua tornozeleira eletrônica. A prisão preventiva foi homologada pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, e o ex-presidente permanecerá detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A decisão de Moraes determinou atendimento médico permanente a Bolsonaro e proibiu o uso de algemas ou exposição pública durante a prisão.

Em sua defesa, Bolsonaro alegou ter sofrido um “surto” e uma “alucinação” de que havia uma escuta dentro do dispositivo. Segundo a ata da audiência, ele afirmou que não tinha intenção de fugir e que agiu sozinho na tentativa de danificar a tornozeleira com um ferro de solda, ferramenta que já possuía. A perícia confirmou marcas de calor no equipamento.

Adicionalmente, o ex-presidente relatou que, cerca de quatro dias antes da prisão, começou a tomar sertralina, um antidepressivo, que teria interagido negativamente com a pregabalina, um anticonvulsivo. Bolsonaro também mencionou dificuldades para dormir. A defesa de Bolsonaro já havia solicitado que ele cumprisse eventual pena em casa, alegando um quadro de saúde “profundamente debilitado”.

A decisão de Moraes para a prisão preventiva considerou a tentativa de adulteração da tornozeleira e o risco de fuga. A defesa de Bolsonaro divulgou nota expressando “profunda perplexidade” com a prisão, argumentando que ela “pode colocar sua vida em risco”. O PL também criticou a medida, classificando-a como “desnecessária” e mencionando o estado de saúde do ex-presidente.

A detenção de Bolsonaro gerou reações polarizadas. Michelle Bolsonaro, que estava no Ceará, afirmou que querem calar a voz do marido e pediu orações. Governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), manifestaram solidariedade e confiança na inocência de Bolsonaro. Ministros do governo Lula também se manifestaram, com Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) afirmando que a medida segue o devido processo legal.