Um estudo recente da LCA Consultores, em parceria com o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, lança um alerta sobre o mercado de apostas online no Brasil. Mesmo após a regulamentação do setor em janeiro de 2025, as plataformas ilegais continuam a prosperar, representando uma séria ameaça às empresas licenciadas e à arrecadação do governo.
O levantamento, denominado “Fora do Radar”, revela que mais de 60% dos apostadores brasileiros utilizaram sites irregulares ao longo de 2025. Essa preferência pelo mercado ilegal resulta em bilhões de reais não arrecadados em impostos, além de expor os consumidores a riscos como fraudes e golpes.
A pesquisa aponta que a maioria dos usuários (78%) enfrenta dificuldades para distinguir entre plataformas legais e ilegais, evidenciando uma lacuna na informação e na conscientização. Essa desinformação permite que operadores ilegais se adaptem rapidamente, utilizando táticas digitais sofisticadas para atrair e manter clientes.
“O mercado ilegal não encolheu, apenas se adaptou com precisão digital, ocupando espaços deixados pela falta de fiscalização robusta e pela desinformação do público”, destaca o estudo. A facilidade com que esses sites mudam de domínio, utilizam servidores internacionais e simulam marcas conhecidas dificulta o rastreamento e o combate a essas práticas.
A situação cria uma concorrência desleal, onde as empresas licenciadas, que cumprem rigorosas exigências regulatórias, são prejudicadas por aqueles que operam à margem da lei. Essa assimetria regulatória coloca em risco a credibilidade do modelo de apostas online no Brasil, que pode perder força antes de gerar resultados consistentes.
Diante desse cenário, o estudo propõe o fortalecimento de cinco pilares: monitoramento e bloqueio permanentes de sites ilegais; cooperação internacional para rastrear operadores e fluxos financeiros; campanhas educativas para informar os consumidores; integração entre órgãos governamentais e policiais; e responsabilização de influenciadores que promovem sites irregulares.
“A legislação sozinha não sustenta o processo”, enfatiza o estudo, ressaltando a importância da tecnologia, coordenação e conscientização institucional para combater o mercado ilegal. A pesquisa também orienta os consumidores a identificarem plataformas seguras, que utilizam o domínio “.bet.br”, exigem reconhecimento facial, verificam a identidade dos usuários e adotam métodos de pagamento autorizados.
Para o futuro, o estudo defende um pacto pela integridade do setor, com a participação ativa do governo, operadores, entidades e órgãos de fiscalização. “Quando o mercado opera dentro da lei, o jogo deixa de ser risco e passa a ser escolha informada”, conclui o relatório, destacando a necessidade de um ambiente de apostas seguro, transparente e responsável.



