O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou na terça-feira um plano detalhado que envolvia altas patentes das Forças Armadas e um policial federal. O esquema, segundo o ministro, tinha como objetivo o assassinato de Moraes e o envenenamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração bombástica ocorreu durante a leitura do voto no julgamento do núcleo 3 da trama golpista, grupo identificado nas investigações como “kids pretos”.
Documentos da Polícia Federal, citados por Moraes, descrevem minuciosamente o planejamento dos atos criminosos. Os investigados teriam realizado estudos aprofundados sobre armas, explosivos e métodos de execução. Os relatórios apreendidos revelaram análises sobre ataques de curto, médio e longo alcance, incluindo a neutralização de alvos por meio de artefatos explosivos.
Ainda de acordo com o ministro, o grupo chegou a discutir o envenenamento de Lula, então candidato à presidência, utilizando um “remédio capaz de induzir colapso orgânico”. A ação criminosa se aproveitaria de uma suposta vulnerabilidade na saúde do presidente. “Tudo isso está descrito nos documentos apreendidos, com cálculos sobre chances de êxito e métodos para evitar danos colaterais”, afirmou Moraes, detalhando a frieza do plano.
Moraes fez questão de esclarecer que o julgamento em curso não se refere a uma tentativa de homicídio, uma vez que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não apresentou denúncia nesse sentido. O ministro enfatizou que essa distinção é crucial para evitar a disseminação de desinformação. “Caso estivéssemos julgando uma tentativa de homicídio contra mim, Lula ou Alckmin, eu estaria impedido de participar da análise. Mas isso não está em discussão aqui”, ressaltou.
Os réus do núcleo 3 respondem pelos mesmos crimes imputados ao núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes lembrou que o monitoramento contra ele teve início em novembro de 2021, culminando na Operação Copa 2022, que desarticulou parte da organização criminosa. O objetivo final, segundo o ministro, era “eliminar o centro gravitacional” do processo eleitoral, removendo Moraes da presidência do TSE e instalando uma comissão controlada pelo grupo para comandar a Justiça Eleitoral.



