Governo Lula Prioriza Propaganda: Verba para Divulgação da Gestão Ultrapassa Investimentos em Campanhas de Utilidade Pública

Em um movimento que antecede o ano eleitoral, o governo Lula direcionou uma parcela majoritária dos recursos de publicidade para a divulgação de programas e slogans da gestão, como “Brasil Soberano” e “Gás do Povo”. A comunicação institucional, agora, absorve 57% do orçamento federal destinado à publicidade, contrastando com os 43% alocados para campanhas de utilidade pública, como vacinação e informações sobre o FGTS.

Essa mudança representa uma inversão em relação a anos anteriores. Em 2015, por exemplo, 70% da verba era destinada a iniciativas de utilidade pública. No último ano do governo Bolsonaro, a propaganda governamental já havia alcançado um patamar recorde, com 50,6% dos recursos. Em 2025, a Secretaria de Comunicação (Secom) teve um incremento de mais de R$ 116 milhões, consolidando a expansão do orçamento para comunicação institucional.

De acordo com o levantamento, dos R$ 1,54 bilhão reservados para ações de comunicação, R$ 661,6 milhões foram destinados a utilidade pública, distribuídos entre os ministérios. Os restantes R$ 876,8 milhões financiam exclusivamente a propaganda da Presidência, indicando uma clara priorização da divulgação da imagem do governo.

A Secom, por sua vez, nega qualquer intenção política no uso dos recursos. A secretaria afirma que o objetivo é “garantir o acesso da população às informações sobre serviços e entregas do governo”.

A ampliação da verba coincide com a chegada de Sidônio Palmeira ao comando da Secom. A secretaria tem investido em comunicação digital, influenciadores e no aumento do alcance nas redes sociais. O governo planeja produzir cerca de 3 mil vídeos por ano para a internet, incluindo 576 com apresentadores, com um custo estimado de R$ 12,3 milhões. Além dos vídeos, a estratégia inclui podcasts, videocasts e outros formatos, com foco em temas como Pé-de-Meia, Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.