O governo dos Estados Unidos planeja implementar um alívio gradual no custo de vida dos cidadãos a partir de 2026. A estratégia, revelada pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, combina a redução de tarifas sobre alimentos importados com cortes de impostos para os trabalhadores. A medida surge em meio a crescentes preocupações com a inflação e seu impacto nas famílias americanas.
Bessent também abordou a proposta do Presidente Donald Trump de enviar pagamentos diretos de US$ 2 mil aos americanos. Ele ressaltou que a implementação dessa medida depende da aprovação do Congresso, adicionando uma camada de incerteza ao plano de auxílio financeiro. “Vamos ver. Precisamos de legislação para isso”, afirmou Bessent durante entrevista à Fox News.
O anúncio de cortes tarifários para produtos como carne, café, cacau e frutas, feito por Trump, precede as declarações de Bessent. Essa ação impacta exportadores brasileiros, que haviam sido afetados por tarifas recíprocas impostas em abril e agosto. A medida é vista por analistas como uma tentativa de mitigar o desgaste político do governo em recentes eleições estaduais.
A viabilidade de financiar os cheques de US$ 2 mil com a arrecadação tarifária é questionada. Estimativas do Comitê para um Orçamento Federal Responsável apontam para um custo de US$ 600 bilhões, o dobro da receita tarifária projetada para 2025. Bessent, no entanto, rebateu as críticas de que os cortes seriam uma resposta emergencial à alta de preços, afirmando que são resultado de meses de negociações.
Ademais, o Secretário do Tesouro abordou a previsão de que o preço da carne moída possa atingir US$ 10 por libra em 2026. Ele atribuiu parte da pressão ao reaparecimento de uma enfermidade já erradicada nos EUA e vinculou o problema sanitário à entrada de animais trazidos por imigrantes, o que levou à suspensão das importações de carne bovina do México. Bessent ainda salientou que a administração Trump “herdou uma inflação terrível”, mas acredita que há sinais de desaceleração, com preços de energia e juros já em queda. A estratégia é, agora, combinar a queda gradual dos índices com aumento da renda disponível.



