A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, durante uma operação que apura um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões de segurados em todo o país.
A operação, batizada de “Sem Desconto”, também tem como alvo o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira, que chefiou a pasta durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O ex-ministro deverá usar tornozeleira eletrônica por determinação judicial.
As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e executadas em 15 estados e no Distrito Federal. Ao todo, foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, 10 de prisão preventiva e diversas medidas cautelares, incluindo restrição de movimentação e bloqueio de bens.
A investigação conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e apura crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultação e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, o grupo criminoso utilizava dados de beneficiários do INSS para aplicar descontos não autorizados em folha de pagamento, simulando vínculos com associações e sindicatos fictícios. O esquema desviava valores de aposentados e pensionistas em diversos estados.
Há indícios de que parte do dinheiro desviado era repassada a servidores públicos e lavada por meio de empresas de fachada. As fraudes teriam movimentado valores bilionários e contado com a participação de instituições financeiras e intermediários privados.
Os mandados foram cumpridos nos estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.
Apesar de as prisões e apreensões terem sido concluídas nesta manhã, a PF informou que as investigações continuam. O objetivo é identificar todos os envolvidos e recuperar os valores desviados do sistema previdenciário.
Fonte: CNN Brasil



