Lula Pondera Apelo Direto a Trump Contra Tarifaço dos EUA: Ligação em Vista se Negociações Empacarem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera a possibilidade de uma intervenção direta para destravar as negociações com os Estados Unidos em relação às tarifas impostas a produtos brasileiros. Caso as conversas diplomáticas não avancem, Lula estaria disposto a telefonar para o ex-presidente Donald Trump, buscando uma solução para o impasse. A medida demonstra a urgência do governo brasileiro em reverter o cenário tarifário desfavorável.

A iniciativa de Lula surge em meio à expectativa pelo encontro entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, no Canadá. A reunião, agendada para esta semana, tem como objetivo principal definir uma data para um possível encontro entre Lula e Trump ainda em dezembro, possivelmente em solo americano. O Itamaraty aguarda que Rubio apresente uma proposta concreta de agenda, sinalizando o interesse dos EUA em avançar nas negociações.

Fontes do Palácio do Planalto indicam que, diante de um possível impasse nas negociações conduzidas por Vieira, Lula não hesitará em entrar em contato direto com Trump. A ideia é tratar pessoalmente da pauta e tentar superar as resistências, buscando um acordo que beneficie o Brasil. A disposição de Lula em acionar o ex-presidente demonstra a prioridade dada à questão tarifária.

A principal demanda do governo brasileiro é a suspensão temporária da tarifa de 40% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O objetivo é que, a partir de 2026, essa alíquota seja reduzida para 10%. As negociações envolvem contrapartidas do Brasil nas áreas de etanol e acesso a metais raros, temas considerados estratégicos tanto por Washington quanto por Brasília.

Lula já havia demonstrado interesse em se encontrar com Trump em outras ocasiões, como durante o encontro do G20 na África do Sul, no final de novembro, ao qual Trump não compareceu. O presidente brasileiro também convidou Trump para a COP30 em Belém, mesmo prevendo divergências em relação às políticas climáticas, mas o convite foi recusado. A busca persistente por um diálogo direto reflete a importância que Lula atribui à relação com os Estados Unidos.