As conversas que mostram as ameaças feitas por Bruno César Roxo Ferreira a uma mulher com a qual se encontrou por duas semanas exibem ofensas e tentativas de extorsão. Segundo a vítima, ele se tornou agressivo após ela afirmar que não queria mais encontrá-lo. Os diálogos foram usados para embasar o pedido de prisão, cumprido na terça-feira (28) por agentes da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes).
“Burra, idiota, se eu te pegar te mato. Você me fez passar vergonha”, afirma uma das ameaças enviadas para a vítima.
O pedido de prisão temporária foi aceito pelo Plantão Judiciário.
“Gastei a maior fortuna e nem ganhei um beijo”, disse Bruno para a vítima, em outro momento.
O homem foi preso pelos crimes de extorsão e stalking, que é perseguição. Os investigadores contam que, enquanto a mulher estava na delegacia para fazer o registro, Bruno continuava ligando e mandando mensagens pelo Whatsapp.
“Me sacaneia para ver o que eu faço”, ameaçou o homem em outro trecho das conversas.
De acordo com a vítima, ela conheceu Bruno em uma rede social de relacionamentos. Eles se encontraram por duas semanas e não mantiveram nenhum contato íntimo, como beijos ou relações sexuais. Depois do período, ela disse que não queria seguir com os encontros. A partir daí, ele passou a se tornar agressivo e pedir de volta o dinheiro que tinha gasto, além de exigir sexo.
“Estou gastando dinheiro e você me fazendo de otário. Nem beijos e fez amor”, disse Bruno, cobrando a vítima.
Bruno teria chegado a entrar em contato com pessoas próximas da vítima.
As conversas mostram que a mulher tentou escapar das ameaças de Bruno, que tentava forçar uma reaproximação. Após ele reclamar que ela não respondia as mensagens em uma rede social e estava fugindo dele, a vítima faz um apelo:
“Eu tenho vida. Não posso ficar 100% do meu dia no Instagram”, disse a mulher.
Em outro momento, ele ameaçava pelo Whatsapp: “Sua puta, me responde”.
De acordo com as investigações da delegacia do Recreio dos Bandeirantes, Bruno chegou a ameaçar de morte a vítima.
Entre os detalhes mostrados pela investigação, Bruno teria ameaçado ir até colégio onde a filha da vítima estuda. De acordo com o depoimento dela, ele ameaçou mandar um policial militar ir cobrá-la.
Nas redes sociais, Bruno se exibia em jantares em restaurantes caros e em viagens pelo país.
Durante as investigações, os policiais descobriram que Bruno era apontado como autor em uma série de procedimentos policiais por constranger e ameaçar mulheres que, por algum motivo em vários tipos de relações, não agiam de forma a satisfazer suas vontades.
Segundo o delegado Neilson Nogueira, durante o depoimento Bruno se manteve em silêncio. De acordo com a polícia, ele tem várias anotações criminais por ameaças e xingamento contra outras mulheres. Ele já foi transferido para o sistema prisional.
A Comissão pelo Cumprimento das Leis (CUMPRA-SE) da Alerj deu apoio e direcionamento à vítima e vai acompanhar as investigações.
As informações são do G1.
