Entrevista exclusiva com o Deputado Federal “Boca Aberta” - Jornal Terceira Opinião

Entrevista exclusiva com o Deputado Federal “Boca Aberta”

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Emerson Miguel Petriv, 47 anos, antigo vendedor de vale-sorte na Avenida principal do “Cincão”. Muitos o chamam de louco. Mas, como ele mesmo disse ao logo de uma hora de conversa: “Louco são os loucos que achava que o louco era louco”.

O Jornal Terceira Opinião foi até Londrina entrevistar o Deputado Federal “Boca Aberta”. Dono de mais de 90 mil votos nas últimas eleições e de uma legião de fãs.

 

De onde veio o apelido “Boca Aberta”?

B.A: “Eu criei essa marca, esse nome, quando eu comecei a denunciar os maus políticos, em meados de 2010. Denunciar o sistema de um modo geral. O “Boca Aberta” surgiu como uma metáfora para a mudança política, pautado sempre pela verdade e falando o que o povo tinha vontade de falar, mas não tinha coragem ou oportunidade”.

E de onde apareceu a ideia de colocar uma bicicleta em cima de uma caixa de som e fazer às denúncias?

B.A: “Na verdade eu comecei com uma moto, uma “Today”. Montei um som na moto e a primeira parada foi na porta do terminal central de Londrina, o famoso “coração da cidade”. Parei na calçada em frente ao terminal, liguei o microfone e “sentei o pau” em diversos políticos. Aí eu fui indo para outros lugares, ia na rampa do estádio do café, na feira do “Cincão”… Mas a minha voz foi ganhando força e aí o que eles faziam? Metiam multa na minha moto… Perdi duas motos com mais de 10 mil reais em multas…. Eles sabiam que o documento estava irregular e apreendiam a pedido do prefeito da época. Foi aí que vi a bicicleta motorizada na internet e tive a brilhante ideia que está de pé até hoje. Ciclomotores não podem ser multados. Coloquei um som ainda mais potente e as denúncias continuaram”.

Quando você percebeu que eles não te viam apenas como um louco?

B.A: “Quando eu denunciei o antigo prefeito Kireff em frente à prefeitura sobre uma “farra de horas-extras” que ele concedeu para funcionários que foram seus cabos eleitorais. Eu vi que a televisão repercutiu bastante esse caso. A partir daí nossas denúncias começaram a ganhar credibilidade. O povo comprou nossa briga e as denúncias foram ficando mais fortes”.

Já se arrependeu de ter criticado alguém?

B.A: “Não me arrependo de nada do que eu fiz e faria tudo de novo. Não me arrependo de nenhuma palavra dita…”.

E aquele murro que recebeu do vereador Amauri Cardoso…. Não pode ter ocorrido um excesso da parte do deputado?

B.A: “Todos conhecem o meu modo de abordagem, o vereador conhece muito bem. Eu nunca agredi ninguém. Nenhuma pessoa tem o direito de agredir ninguém. Ele me deu um murro com algo na mão para ficar ainda mais potente. Foi covardia”.

Enfrenta alguns processos devido à sua maneira de abordagem?

B.A: “Fui processado algumas vezes, sempre por calúnia, injúria e difamação… Ganhei alguns, perdi outros… Tiago Amaral, Alex Canziani, Kireff, Cobra, Hauly… Todos já me processaram, só gente boa que o povo de Londrina já conhece”.

Política é o meio mais sujo que o senhor conhece?

B.A: “Sim, com certeza. Se a pessoa me perguntar qual o meio que dá mais rentabilidade eu responderei: É a política. Veja esse meu gabinete, essa mesa, essa cadeira, esse espaço… é tudo pago por vocês, é tudo dinheiro que vem do seu bolso. Eu não tenho 1 real meu aqui”.

E a sua cassação de vereador e o uso da tornozeleira eletrônica, o que tirou de aprendizado disso tudo?

B.A: “ Isso tudo me deixou ainda mais forte e a resposta para o pai da facção (Mario Takahashi) e a mãe da Facção (Rony Alves) foi dada rapidamente pelo Ministério Público. O povo de Londrina, mais do que nunca, agora sabe quem são eles. E antes do Sérgio Moro, eu disse que eu Merecia o troféu da “Champios League” pelo fato de eu ter usado a primeira tornozeleira eletrônica ‘anti-corrupto’ do Brasil”.

Então foi daí que surgiu a ideia do troféu para o Ministro Sérgio Moro? O Brasil inteiro repercutiu isso?

B.A: “Ele merecia esse troféu né? Aguentar a suja da Gleisi dando lição de moral não é para qualquer um. Mas eu tive a ideia quando soube que o Moro ia na câmara esclarecer os ocorridos. Eu pensei comigo: Quando o Moro for lá, eu vou comprar uma réplica e entregar para ele. E deu certo, ele ficou feliz. Mas, antes do Moro, eu disse que também merecia o troféu por ter usado a primeira tornozeleira anti-corrupto do Brasil. A ideia veio daí. O troféu é só para ocasiões especiais como essas…”

O povo quer saber: Você está apoiando ou é oposição ao Bolsonaro? E o Governador Ratinho?

B.A: “Eu não sou oposição e nem situação ao presidente Bolsonaro e ao Governador Ratinho. Estive no estádio em Brasília junto com o presidente, mas não sou seu aliado político. Essa é a nova política, não sou aliado, mas também não sou inimigo. Eu e meu filho “Boca Aberta Júnior”, Deputado Estadual, vamos sempre estar ao lado do povo. Se for bom para o povo estamos juntos, se não for bom para o povo nem contem com a gente”.

Você não apoia o presidente nem o governador, vai apoiar algum candidato a prefeito que não seja você?

B.A: “Eu não apoio ninguém, a não ser pessoas da minha família, minha esposa, meu filho que eu conheço bem. Vêm muita gente aqui pedindo fotos e vídeos de apoio. Eu não apoio ninguém. Eu não conheço as pessoas, vai que ganha a eleição e faz alguma sacanagem com o povo, e aí? Por isso eu não apoio ninguém”.

Para finalizar, queremos saber: Vai se licenciar do mandato de Deputado Federal para ser candidato a prefeito de Londrina?

B.A: “Sou um eterno candidato a defender o povo dos políticos safados… Mas o futuro a Deus pertence. Se for da vontade do povo e da vontade de Deus quem sabe”.

 

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