Um grupo de arqueólogos afirma ter identificado o local exato do túmulo de Jesus Cristo durante reformas na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, Israel. O espaço, conhecido como Scavo del Santo Sepolcro, é tradicionalmente venerado como o local da crucificação, sepultamento e ressurreição de Jesus.
A investigação, conduzida por especialistas de instituições europeias e israelenses, incluiu análises aprofundadas do solo sob a basílica. Estudos arqueobotânicos e de pólen revelaram vestígios de oliveiras e videiras — vegetação que coincide com a descrição do Evangelho de João: “No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, onde ninguém ainda havia sido posto.”
As escavações começaram em 2022, após autorização das três comunidades religiosas que administram a igreja — Patriarcado Ortodoxo, Custódia da Terra Santa e Patriarcado Armênio — para a realização de uma grande reforma. O projeto previa a substituição do piso, datado em grande parte do século XVIII, além de melhorias estruturais no local sagrado.
Foi nesse contexto que os arqueólogos obtiveram, pela primeira vez desde o século XIX, permissão para explorar o subsolo da igreja. “Durante as obras de renovação, as comunidades religiosas decidiram também permitir escavações arqueológicas sob o piso”, explicou Francesca Romana Stasolla, professora da Universidade Sapienza de Roma e coordenadora da pesquisa.
Os resultados preliminares impressionam. Além da vegetação compatível com o período de Jesus, os pesquisadores iniciaram a análise dos mármores usados na edícula (estrutura que envolve o túmulo) para determinar sua origem e datação. As primeiras indicações sugerem construções anteriores à era cristã. Entre os artefatos encontrados estão moedas antigas, ossos de animais e cerâmicas — pistas importantes sobre a ocupação e transformação do local ao longo dos séculos.
As evidências apontam para uma alta compatibilidade entre o cenário descrito nos textos bíblicos e as características do sítio escavado. “A área, na época de Jesus, ainda estava fora dos limites urbanos de Jerusalém, o que coincide com os relatos dos Evangelhos”, observou a arqueóloga.
Venerada há séculos como um dos locais mais sagrados do cristianismo, a Igreja do Santo Sepulcro agora ganha uma nova dimensão científica, que fortalece a tradição religiosa com base em descobertas arqueológicas concretas.
fonte: ric
