Munhoz de Mello (PR) – O secretário municipal de Finanças de Munhoz de Mello está no centro de uma grave denúncia que aponta um suposto esquema de superfaturamento de empenhos em conluio com um servidor do cartório distrital da cidade. A investigação preliminar indica que ambos manipulavam os valores dos serviços prestados para desviar recursos públicos, com pagamentos realizados “por fora” e até transferência direta de valores para a conta bancária pessoal do funcionário do cartório.
Segundo documentos e relatos obtidos com exclusividade, os empenhos eram emitidos com valores acima do praticado normalmente, com a diferença sendo dividida entre os envolvidos. O caso se agrava pelo fato de que tanto o secretário quanto o funcionário do cartório foram candidatos a vereador pelo partido MDB nas últimas eleições, em apoio direto ao atual prefeito do município.
O episódio levanta dúvidas sobre o rigor no controle dos gastos públicos, especialmente considerando que, para efetivar qualquer pagamento da Prefeitura, é necessário o uso conjunto das senhas do secretário de Finanças e do prefeito, segundo o próprio sistema de controle financeiro da administração.
Este não é o primeiro caso envolvendo o nome do secretário. No início deste ano, ele esteve no centro de outra polêmica após um suposto roubo digital que causou um prejuízo de R$ 300 mil aos cofres públicos, alegadamente por meio de um ataque hacker. Até o momento, o caso segue sem esclarecimentos concretos e sem responsabilizações formais.
O Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado foram acionados por vereadores da oposição e por moradores que exigem transparência e apuração rigorosa. Há também expectativa de que a Câmara Municipal abra uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o suposto esquema e outros contratos suspeitos.
O prefeito ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas fontes do gabinete afirmam que ele teria conhecimento prévio dos procedimentos adotados nas liberações dos pagamentos.
A população cobra respostas e medidas imediatas. “Se tudo isso for confirmado, é um escândalo gravíssimo. Estamos vendo o dinheiro público virar lucro pessoal de quem deveria zelar por ele”, afirmou uma moradora que preferiu não se identificar.
O espaço segue aberto para manifestações da Prefeitura, do cartório e dos envolvidos.
