Polícia investiga homofobia após mulher trans ser presa e ter cabelos raspados em penitenciária de Arapongas - Jornal Terceira Opinião

Polícia investiga homofobia após mulher trans ser presa e ter cabelos raspados em penitenciária de Arapongas

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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) ingressou com uma ação para que a polícia investigue o caso de uma mulher trans que teve os cabelos rapados em uma penitenciária depois de ser presa suspeita de roubo, em Arapongas, no norte do Paraná.

Entidades que representam a comunidade LGBTQIA+ afirmam que agentes públicos violaram acordos de direitos humanos, ao qual o Brasil é signatário, além de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que garante direito à vida, integridade física, mental e sexual da população.

O crime aconteceu no dia 4 de abril. Segundo o boletim de ocorrência, a suspeita assaltou uma mulher de 50 anos, em Arapongas. A polícia informou que a mulher trans, que se identifica como Eloá Santos, roubou uma bolsa e estava com uma faca.

Depois da prisão, a suspeita foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil da cidade, onde foi autuada pelo crime de roubo.

A ativista Renata Borges, que faz parte da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), disse que depois da prisão, Eloá foi registrada com o nome de nascimento. Além disso, a ativista afirma que a presa foi vítima de transfobia.

“Segundo Eloá, dois policiais ofendiam denominando-a de traveco e falavam um para o outro: ‘você tem coragem de sair com traveco?'”, afirmou.

Renata disse que Eloá veio da Região Norte do Brasil e não possui familiares em Arapongas. Ao saber da prisão e do corte de cabelo, a ativista entrou em contato com as autoridades para questionar a abordagem.

“O que a gente vê é um grande retrocesso em termos de direitos humanos. Foi um roubo. Ela deve cumprir pena, mas com um mínimo de dignidade”, disse.

A ativista também explicou sobre a importância do cabelo para mulheres trans, por uma questão de identidade.

Fonte: g1.globo.com

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