Enquanto a equipe do MP estava dentro da casa, era possível ouvir barulhos de marretadas nas paredes, sugerindo que os agentes quebravam a alvenaria enquanto realizavam as buscas.
A ação de busca e apreensão no imóvel durou cerca de uma hora. Os agentes saíram carregando duas sacolas, mas sem dar detalhes do que foi apreendido.
Morava na casa Alessandra Esteves Marins, que é ligada ao gabinete do senador Flávio Bolsonaro. Ela faz parte da equipe de apoio no Rio a que o parlamentar tem direito. Segundo as investigações, ele teria repassado cerca de R$ 19 mil a Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar suspeito de comandar o esquema de rachadinha e que foi preso nesta manhã.
Vizinhos contaram que Alessandra se mudou do imóvel há cerca de um mês. Uma vizinha chegou a telefonar para Alessandra quando os agentes chegaram para cumprir o mandado, mas ela não atendeu a ligação.
Há uma placa de “Vende-se” na porta do imóvel. Os vizinhos não souberam dizer se a casa é vendida por Alessandra, ou pelo presidente Bolsonaro, que declarou ser o proprietário na relação de bens enviada ao Tribunal Superior Eleitoral.
De acordo com o Ministério Público, o mandado na casa de Bento Ribeiro é cumprido contra Alessandra, que também já foi servidora da Alerj. Também são alvo da operação a ex-servidora da Alerj Luiza Paes Sousa. Os agentes foram até a casa dela em Oswaldo Cruz, também na Zona Norte do Rio. Ela teria repassado R$ 155 mil em salários para Fabrício Queiroz.
Os outros alvos da operação são Matheus Azeredo Coutinho, que ainda é funcionário da Casa Legislativa, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.
De acordo com o Ministério Público, além da busca e apreensão, a Justiça autorizou a aplicação de medidas cautelares contra os investigados, dentre elas o afastamento da função pública, obrigatoriedade de se apresentar à Justiça mensalmente e proibição de fazer contato com testemunhas.
Outro mandado foi cumprido em Atibaia (SP), no interior de São Paulo. Lá, a polícia prendeu Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Queiroz estava em um imóvel de Frederick Wasseff, advogado do parlamentar, e foi levado para unidade da Polícia Civil no Centro da capital paulista, onde passou por exame de corpo de delito. Em seguida, ele deverá ser levado para o Rio.
Policial Militar aposentado, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”, segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). Ele trabalhou para o filho do presidente Jair Bolsonaro antes de Flávio tomar posse como senador, no período em que ele era deputado estadual no Rio.
Até por volta de 7h50, o G1 tentava contato com a defesa de Queiroz.