Mulher, peça primordial na sociedade. Tem a delicadeza das flores, a força de ser mãe, amiga, competente e presente em tudo.
Todos os dias são delas. Existem padrões históricos que empregam que homens e mulheres não devem ocupar os mesmos cargos, devido as características biológicas distintas e aptidões dessemelhantes. Lugar de mulher é onde ela quiser. Em casa, na rua, na profissão em que ela desejar. Seja como jogadora de futsal, prefeita de uma cidade, promotora, delegada, frentista, segurança do trabalho, socorrista, entre outras.
Existem sim, diferenças entre o cérebro feminino e o masculino, assim como há entre homens e mulheres, mulheres e mulheres. Nenhum cérebro é similar ao outro, e as repercussões socioculturais são necessárias pelas competências de trabalho.
Os perfis são diferenciados e se completam. Isso é válido para toda e qualquer diferença. Os homens e as mulheres com o tempo, aprenderam a ver o mundo de forma especial e inédita.
Tania Martins Costa não se sente nem mais nem menos inferiorizada pela figura masculina. Ela é prefeita do município de Lobato por dois mandatos, já foi também vereadora e presidente da câmara. “Sou política por opção”, afirma.
A prefeita ressalta a importância da mulher na direção de uma cidade. “A mulher que se propõe a atuar na política, sempre mostra uma ampla visão, é versátil em suas atitudes, tem capacidade de encontrar soluções para diversos problemas ao mesmo tempo. Se dedica de corpo e alma, encara o mandato com uma missão.”
QUEBRANDO OS TABUS
Flaviani do Nascimento, 25 anos, é goleira do futsal feminino Taboão de São Paulo na terceira temporada. Ela acompanhava a mãe Maria Aparecida do Nascimento nos jogos quando pequena e com 10 anos iniciou no time de Guaraci. “Hoje, temos um papel importante no esporte. Quebramos os tabus de antigamente, principalmente por ser um esporte praticado por homens, estamos conquistando o espaço ainda não valorizado como deveria ser. É uma busca constante por essa valorização. Trazemos resultados tão bons quanto a categoria masculina.”
A jogadora relembra como foi no começo da carreira. “Era mais preconceituoso, recebia apelidos maliciosos, mas hoje, devido aos resultados, as pessoas tem um olhar de mais respeito, pelo menos aqui no time onde jogo, o ginásio lota para ver nossos jogos, caso que antes não acontecia”, destaca.
Jovem e sonhadora, Flaviani acredita no dia em que o esporte feminino tenha a mesma visibilidade e respeito que o masculino, em específico que a modalidade dela seja olímpica.
SENSIBILIDADE FEMININA
Silvia Luiza Dariva e Pereira é formada em direito pela Universidade Paranaense de Ensino e Cultura de Umuarama e atua como Promotora de Justiça de Porecatu desde 1996. A agenda dela é complexa, com audiências, carceragens e atendimentos. “É uma alegria compartilhar as angústias e realizações que envolvem a carreira profissional frente à atuação em áreas tão delicadas, conciliando com a rotina da vida pessoal”, diz.
A promotora ressalta sobre a representatividade feminina. “É fato que a mulher, ao longo dos anos, deixou de ser uma figura de reprodução e preservação da espécie no âmbito familiar, para tomar assento em muitas outras funções na sociedade.”
Silvia ainda reforça sobre o papel da mulher na promotoria. “Creio que a sensibilidade feminina em muito contribui na efetividade da defesa dos direitos sociais, como educação, família, infância, juventude, idosos e pessoas com deficiência. Sem nenhum demérito da figura masculina que tem reconhecido relevo nestas áreas, apenas falo de uma característica muito presente na vida das mulheres, sempre buscando a contemporização e solução das demandas.”
MISSÃO
Maria Aparecida de Souza Correia é segurança do trabalho em Porecatu e também socorrista do Samu. Aos 18 anos, conseguiu o primeiro emprego no estado de São Paulo, no ramo da agroindústria. Trabalhou como inspetora citrícola 1, onde conheceu o serviço de técnico de segurança do trabalho, que nunca tinha ouvido falar. “Tivemos uma palestra sobre o assunto, me apaixonei e decidi que era aquilo que queria para a minha vida”, afirma.
Ela considera a profissão como uma missão. “Zelamos pela vida do funcionário enquanto ele está executando as funções na empresa, e isso, com certeza, é um desafio no qual me orgulho de vencer um pouco a cada dia.”
A segurança do trabalho no início percebeu uma resistência pelo fato de ser mulher e estar lidando com funcionários homens. “Para muitos ainda há um certo desconforto em ter uma mulher vistoriando, cobrando adequações para que possam trabalhar de forma segura, mas em nenhum momento me sinto menos ou mais capaz de desempenhar a função, venço a cada dia e procuro conquistar a confiança dos funcionários, fazendo tudo conforme manda as normas do Ministério do Trabalho”, diz Maria.
DESAFIO
Marinea Gomes Pereira é frentista de um posto de Santa Fé há quatro meses. Antes disso, era manicure. “Tenho muito orgulho de estar nessa profissão, ainda mais que na nossa cidade, a grande maioria é homem nesse trabalho.”
A frentista evidencia a força de uma mulher. “Sou uma mulher que amo valorizar as mulheres, somos fortes, capazes de executar praticamente tudo que é atribuído ao homem e ainda sermos donas de casa, mães, esposas. Hoje conseguimos com êxito arcar com os gastos de uma casa”, diz.
RESPONSABILIDADE
Thaís Orlandini Pereira é delegada em Centenário do Sul. Para ela, não há o papel da delegada mulher, mas sim como do cargo exercido, independentemente de ser mulher ou homem. “A função do delegado de polícia ou da delegada de polícia é de comandar a investigação de crimes, desvendando delitos, e com isso, permitindo a responsabilização de infratores. Acredito que o fato de ser mulher contribui para que as mulheres vítimas de violência doméstica e crimes sexuais se encorajem para denunciar tais práticas”, alega.
A delegada diz que vivemos em um mundo machista, mas nunca percebeu qualquer distinção pelo fato de ser mulher, sempre foi respeitada. ”Devemos combater o machismo com ações, mostrando ser tão ou mais competentes que um homem.”
AGORA QUE SÃO ELAS
São mulheres como Tania, Flaviani, Silvia, Maria, Marinea e Thaís que nos inspiram. Mulheres de garra e que fazem a diferença.
“O que dá respaldo seja homem ou mulher, é o trabalho ético, o respeito ao próximo e ponderação. É incontestável que a mulher atingiu reconhecimento do seu papel na sociedade. Necessário, ainda onde há diferença, a continuidade dos esforços no aprimoramento e alcance do ideal, não significa igualar ao homem à mulher. A natureza das coisas revela as diferenças. E, acima de tudo, a mulher precisa manter sua feminilidade, que dá sentido à vida”, salienta a promotora Silvia.
Todos os dias são delas. Parabéns a todas as mulheres conhecidas ou não na sociedade.