Qual a possibilidade de uma adolescente moradora do pequeno município de Lupionópolis (4 mil habitantes), pobre, negra e com traumas na infância, vencer na vida trabalhando com o funk e ter mais de 200 mil seguidores no Instagram?
Se Kesia Steffany da Silva Lins continuasse a viver em um pequeno município do norte do Paraná a chance era quase zero. Mas ela ousou, saiu de casa com 18 anos, lutou pelos seu sonhos e venceu. Hoje com apenas 20 anos ela é conhecida como “Kesia Funkerinha”, tem mais de 218 mil seguidores no “Insta”, é modelo, dançarina e coreógrafa oficial de um dos cantores de funk mais tocados do Brasil.
A bailarina trabalha com o cantor Dynho Alves, um dos artistas mais ouvidos do país em 2019. Algumas pessoas podem não saber de quem se trata, mas com certeza já ouviram sua música. É muita malemolência, ouça:
FÉRIAS EM LUPIONÓPOLIS
Kesia aproveitou as férias para passar a virada de ano e os primeiros dias de 2020 ao lado da sua família em Lupionópolis. Além de rever os amigos, em especial, ela foi receber o carinho das duas pessoas mais importantes de sua vida, sua Avó Sueli e sua mãe Meire.
À Reportagem do Jornal Terceira Opinião foi conhecer essa estrela lupionopolense e realizar uma pequena entrevista com a jovem celebridade das redes sociais e do mundo do funk, veja:
De onde surgiu seu amor pela Dança?
K: “Desde os primeiros anos da adolescência eu dançava. Minha mãe também gosta muito de dançar e foi uma das minhas influências. Sempre amei dançar, inclusive disputei alguns concursos aqui no colégio em Lupionópolis. Sempre que tinha festa na cidade eu me acabava dançando funk. Inclusive já dancei muito nos paredões que tinha no último dia de rodeio”.
Nunca foi criticada pelo modo que você dança?
K: “Aqui em Lupionópolis eu sofri muito com isso. Sofria muito bullyng pela forma com que eu danço. Era chamada de puta, biscate e aquelas coisas horrorosas que todo mundo já conhece. Mas eu nunca deixei isso me abalar e continuei dançando. Hoje vivendo em São Paulo eu aprendi que isso é a minha arte. Sou reconhecida pelo meu modo de dançar e sou muito grata por isso”.
Como foi sua infância?
K: ” Eu nasci e vivi meus primeiros anos de vida em São Paulo. Fui abusada por um velho quando estava lá. Com nove ou dez anos eu me mudei para Lupionópolis. Sempre fomos muito humildes… Convivi com vários problemas de meus familiares mais próximos. Fui adotada por um período até que membros da minha família se tratassem de alguns problemas. Mas isso não me abalou e sou muito grata a todos eles… Minha avó Sueli vendia as coisas na Rua para não deixar faltar nada para nós. Ela é meu exemplo que vou carregar comigo para a vida toda”.
E o Instagram, como fez tanto sucesso assim?
K: “Morando em Lupionópolis eu estava com pouco mais de 60 mil seguidores. Comecei a postar vídeos dançando por aqui e já tinha meu público. Quando me mudei para São Paulo tive mais engajamento e as coisas foram dando certo… Hoje estou com mais de 218 mil seguidores e tenho várias parcerias no Insta. É muito legal ver tanta gente curtindo o meu trabalho assim”.
E o convite do Dynho Alves, como foi que aconteceu?
K: “Eu fiz um vídeo clip dele da música malemolência no dia 10 de novembro de 2018 e marquei ele no instagram. Através do vídeo ele me convidou para ser dançarina, mas eu não tinha acreditado muito, rs… E no dia 8 de fevereiro do ano passado me tornei bailarina oficial e estou trabalhando com ele até hoje. Conheci muitos lugares do Brasil graças a essa oportunidade que tive. O Dynho me ajuda muito e sou muito grata a ele e toda equipe”.
Para finalizar, qual recado você daria para todos os seus fãs e para o pessoal que admira seu trabalho?
K: ” Nunca desista dos seus sonhos. Eu sou um exemplo muito grande disso. Sai de casa com 18 anos com o sonho de viver da dança. Se eu consegui você também consegue”.
Para quem está curioso para ver o Instagram oficial da Kesia, é só clicar AQUI. Ela vai ficar em Lupionópolis até o próximo dia 8 e ao fim da reportagem é claro que pedimos para ela dançar um funk e mostrar o seu talento para nossa equipe e leitores com exclusividade. Veja: