Uma decisão judicial fez o Brasil recuar 27 anos e considerar a homossexualidade uma doença, classificação que perdeu em 1990 por decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS). A liminar expedida pelo juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho autoriza psicólogos a oferecerem terapias de reversão sexual, conhecidas como “cura gay”. A medida provocou a indignação do Conselho Federal de Psicologia, que vai recorrer da decisão, uma “violação dos direitos humanos sem qualquer embasamento científico”, segundo a entidade.
Entre os autores da ação está Rozangela Justino, que oferecia tratamentos para “cura” de homossexuais, teve o registro cassado no ano passado pelo CFP e está proibida de exercer a profissão de psicóloga. Rozangela não respondeu à reportagem.
O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Rogério Giannini, considerou a decisão da Justiça Federal “estranha”, já que a entidade não exerce controle sobre pesquisas acadêmicas — portanto, não pode ser acusado de proibir estudos sobre qualquer tema. Para Giannini, os defensores da cura gay confundem discurso religioso e científico e incentivam as pessoas a recorrerem a “terapias” sem eficácia comprovada.