A Polícia Civil do Paraná (PCPR) flagrou idosos sendo vítimas de maus-tratos em um suposto asilo clandestino, em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. A situação ocorreu nesta quinta-feira (7), após uma denúncia chegar à Secretaria Municipal de Saúde, quando um paciente foi a uma unidade de saúde relatando que havia sido mantido no local.
Conforme informações da Polícia Civil concedidas ao repórter Leonargo Gomes, da RICtv, sete pessoas foram resgatadas do local ilegal. Entre elas, estão idosos e pessoas com deficiência cognitiva, algumas delas em estado grave de abandono. Uma das vítimas foi encontrada acamada, debilitada, coberta de urina e fezes, sem conseguir se mover, o que indica que estava há dias sem atendimento ou cuidados básicos. Alimentos vencidos, pouca comida disponível e falta de higiene foram registrados no imóvel.
Idosos em suposto asilo clandestino: casal é preso em flagrante
A casa era mantida por um casal, que foi preso em flagrante. Conforme a investigação inicial, os responsáveis retinham cartões bancários das vítimas, o que pode configurar crime de apropriação de benefícios financeiros, como aposentadorias. O local, segundo os relatos, era usado para abrigar pessoas levadas por familiares mediante pagamento em dinheiro, mas sem qualquer tipo de fiscalização ou estrutura mínima.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fabio Machado, a cena encontrada reforça o caráter criminoso da operação do local. “Identificamos os proprietários da residência e verificamos a situação lastimável das pessoas internadas”, afirmou. Além disso, chamou atenção a condição de uma das vítimas. “Encontramos uma pessoa acamada, definhando, em um estado miserável.”
O local será interditado pela prefeitura e as sete vítimas já começaram a ser transferidas para unidades de saúde da região
A Delegacia de São José dos Pinhais assumirá a investigação para apurar os crimes de maus-tratos, apropriação indevida de valores e responsabilidade dos familiares que deixaram os parentes no local. Segundo o delegado, é preciso investigar a omissão de quem entregou as vítimas ao casal.
“Os familiares são, sim, responsáveis por essas pessoas que estão aqui e não poderiam ter jamais permitido que elas ficassem nessas condições.”
O casal detido alegou que prestava auxílio por caridade, mas descartam essa versão diante da situação em que as vítimas foram encontradas. A investigação continuará para esclarecer todas as responsabilidades, inclusive na esfera cível e criminal. As informações são do Ric Mais.
