Uma doença misteriosa tem causado alarme na região noroeste da República Democrática do Congo, localizada na África Central, onde mais de 50 pessoas morreram nas últimas semanas. Segundo informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na terça-feira (25), uma parcela significativa das mortes ocorreu em menos de 48 horas após o surgimento dos sintomas.
Até 16 de fevereiro, as autoridades de saúde locais registraram 431 casos e 53 mortes em dois surtos distintos, que atingiram vilarejos remotos em diferentes zonas da província de Equateur. A OMS destacou que “os surtos, nos quais os casos se multiplicaram rapidamente em questão de dias, representam uma ameaça significativa à saúde. A causa exata ainda é desconhecida.”
De acordo com a OMS, o primeiro surto foi registrado na cidade de Boloko, após três crianças menores de 5 anos terem comido um morcego. Elas morreram em 48 horas, apresentando sintomas de febre hemorrágica, como sangramento nasal e vômito com sangue. Após essas mortes, outras quatro crianças da mesma aldeia, com idades entre 5 e 18 anos, também faleceram. Até 27 de janeiro, havia um total de 10 casos e sete mortes em Boloko, além de dois casos e uma morte na aldeia vizinha de Danda.
Menos de duas semanas depois, um segundo surto foi relatado na aldeia de Bomate. Entre os sintomas apresentados pelas vítimas estavam febre, vômito, diarreia, dores musculares, dores de cabeça e fadiga. A taxa de letalidade da doença, segundo a OMS, é de 12,3%.
A OMS informou que amostras de 18 casos foram enviadas ao Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica, em Kinshasa, capital do Congo, para análise. Todas as amostras testaram negativo para doenças hemorrágicas conhecidas, como ebola e marburg. “Testes laboratoriais adicionais são essenciais para identificar o agente patogênico causador”, afirmou a OMS, ressaltando que os dois surtos podem não estar relacionados.
As autoridades de saúde alertaram que a localização remota dos surtos e a “frágil infraestrutura de saúde do país aumentam o risco de disseminação da doença, exigindo uma intervenção imediata e de alto nível para conter o avanço do surto”.