Delegado de Colorado é destaque nas redes sociais: Trabalho está sendo divulgado nos quatro cantos do Brasil

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Com certeza você já ouviu falar dele por aí… O jovem Delegado da Polícia Civil de Colorado, Alysson Tinoco, virou uma celebridade das redes sociais. Com a criação de vídeos “virais” e um trabalho técnico e inovador ele vêm ganhando cada vez mais fãs no mundo digital.

Ele aproximou a polícia civil da população em época de pandemia. Alguns de seus vídeos em combate ao estelionato se espalharam por todo Brasil devido à velocidade na internet e alcançaram milhares de pessoas.

E o Terceira Opinião conversou brevemente com ele. Veja:

 

O Alysson Tinoco pequenininho sempre sonhou em ser delegado, ou isso veio no começo da vida adulta?

Sim, sempre. Meus pais são policiais e eu sonhava isso desde criança. Frequentei muito as Delegacias da Polícia Federal na infância e lá mesmo aprendi muita coisa.

Sempre idealizamos delegado como aquela pessoa carrancuda, de poucos amigos, justiceiro… Você é um perfil mais técnico e paz e amor… Foi criticado por isso?

A polícia mudou muito de tempos para cá. Antigamente usavam-se de outros métodos para obtenção de informações. Porém na era da informação (permeada de crimes rebuscados, cibernéticos, por redes sociais, tráficos por meio de aeronaves, fraudes previdenciárias etc) acabou por se exigir uma excelência nos trabalhos técnicos, científicos e de inteligência da polícia, refletindo-se também no perfil e currículo de seus profissionais. Nunca ouvi críticas nesse sentido, até por ser a realidade da polícia hoje.

De onde surgiu a ideia de divulgar o seu trabalho nas redes sociais através de vídeos e lives?

Percebi que o que para nós da Delegacia era corriqueiro, para a população era uma surpresa ou novidade, muitas vezes ruim. Pessoas caíam em golpes apenas por não saber que eles existiam. Assim, decidi fazer um trabalho de conscientização e prevenção para alertar a população de como os criminosos atuavam. A exemplo disso, segunda feira dia 5/4/2021 consegui informar antecipadamente que alguns estelionatários estavam agindo em Santa Inês. Apesar de ter mandado mensagem para dezenas de mães de família, depois eu obtive a confirmação (em investigação) que eles não fizeram nenhuma vítima na cidade. Essa prevenção é muito mais eficiente do que qualquer investigação.

Você imaginou que essa divulgação teria essa proporção que tomou?

Sinceramente? Jamais pensei. Fiquei muito feliz com a aceitação e aprovação da população. Em tempos de pandemia hoje eu faço mais da metade de meus atendimentos pelas redes sociais, a maioria desses atendimentos são dúvidas da população que são rapidamente sanadas (como dúvidas de consumidor, direito de família, divórcios, e costumeiramente até sobre se a pessoa pode ou não pode cortar os galhos da árvore do vizinho que adentra a sua casa – já adiantando, pode sim viu!), mas muitos desses casos também já resultaram em prisões em flagrante. Ali eu faço os encaminhamentos para os órgãos competentes (ex: falar para a pessoa ir à Delegacia fazer um boletim de ocorrência), mas também são me são passadas informações preciosas sobre os crimes que mais incomodam a cidade, sempre ficando guardando segredo de quem denuncia. Prendemos muita gente assim. O povo manda a polícia obedece.

Essa “fama” nas redes sociais nunca gerou bronca de superiores, ou até mesmo ciúmes?

Não. Do contrário, em janeiro desse ano Delegado Geral da PCPR me convocou para uma reunião em Curitiba, onde estava presente toda a cúpula da instituição e elogiaram muito a atuação da Delegacia de Colorado tanto a nível operacional quanto a nível de organização (reformas da estrutura, elevado número de prisões efetuadas, celeridade nas investigações, etc). Creio ser um padrão que a polícia almeja.

Tem medo das redes sociais te atrapalharem?

Em tempos de pandemia e isolamento social vejo as redes sociais como uma ótima solução para aproximar a polícia da sociedade. Só vejo ajudar.

Qual o tipo de ocorrência que mais te incomoda como pessoa e qual a mais inusitada que chegou para você resolver?

Os estelionatos me incomodam muito, pois geralmente as vítimas são pessoas idosas. É muita covardia ludibriar um idoso, que muitas vezes é carente de atenção, apenas para tirar dinheiro dele.

Tenho uma ocorrência resolvida de forma BEM inusitada que ocorreu nesse ano. Houve um furto de computadores do Conselho Tutelar de Colorado em janeiro. Eu já estava investigando uma pessoa, inclusive já tinha indo até a casa dele em uma ocasião. Quando eu estava de férias estava passando pelo centro de Colorado e parei meu carro para tomar um café. Incrivelmente no momento que estacionei, esse mesmo investigado passou na minha frente com um dos computadores de baixo do braço. Eu o abordei e ele logo confessou tudo, inclusive dizendo onde as outras máquinas estavam. Recuperamos todos os 3 computadores, 3 monitores e as 2 impressoras. Esse e muitos outros casos foram resolvidos da mesma forma: com uma ajudinha de Deus.

Como é seu convívio com a polícia militar? Muito se fala que militares e policiais civis não se dão muito bem…

Tenho muito orgulho dos militares de Colorado e tenho amizade com muitos deles. São policiais como eu, que têm os meus mesmos problemas e vivem as mesmas situações. Além disso, todos os dias conversamos sobre casos e informações. Em locais com pouco efetivo há um espírito de união de forças na segurança pública, o que vejo ser nosso caso.

Você meio que revolucionou o trabalho de divulgação da polícia civil na região, tem algum projeto que ainda quer realizar nesse sentido? O que você acha que na prática melhoraria o trabalho da polícia civil?

Fico feliz com as palavras. Tudo o que eu puder fazer para antecipar a ação dos criminosos e proteger nossas cidades eu farei. Estou muito feliz com os resultados desse trabalho, prova disso são as estatísticas (baixa significativa nos crimes contra o patrimônio e elucidação de 100% dos homicídios nos últimos anos).

Em Colorado se especula que você pode se lançar na política… Pensa em algo do tipo… Deputado Estadual ou até mesmo candidato a prefeito?

 Não. Nenhuma das opções. Neste momento, creio que como Delegado eu possa contribuir mais para a sociedade.

Isso pode um dia passar pela sua cabeça?

Não consigo prever o futuro (risos), mas por agora não passa.

Recentemente você se tornou pai, mudou o jeito de ver a vida? Tá sobrando tempo para a filhota?

Muda tudo, sem palavras. Se existir amor maior que esse ou outra maior bênção de Deus eu ainda não conheço. Apesar de muitas vezes eu estar pensando nela, no trabalho, todo dia é dia dela. Sobra tempo sim!

Por fim, mande um recado para os fãs do seu trabalho e para os leitores que almejam um dia chegar ao posto de Delegado da Polícia Civil…

Aos leitores contem com a Polícia, contem comigo e sempre tenham esperança que dias melhores virão. Aos candidatos ao cargo de Delegado, perseverem. Tenham sempre como meta a determinação e faça tudo com muito amor e fé em Deus, que uma hora você chega lá. De alguma forma Deus fará você chegar lá.


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