Dois anos após ter sido picado cinco vezes na cabeça por um escorpião enquanto dormia, o pequeno Thomas Caitano Ribeiro, hoje com 4 anos, ainda enfrenta as duras consequências do acidente que mudou sua vida em janeiro de 2023, no Setor Habitacional Arniqueiras, no Distrito Federal. As picadas causaram paralisia cerebral e, desde então, o menino vive uma rotina intensa de tratamentos médicos, uso contínuo de medicamentos e, mais recentemente, tem sofrido com dores constantes.
Nos últimos meses, Thomas passou a apresentar crises de espasticidade — uma condição comum em casos de paralisia cerebral, caracterizada por rigidez muscular e dificuldade nos movimentos. As crises têm causado grande sofrimento e limitações. Atualmente, ele depende de ventilação mecânica por traqueostomia para respirar e de uma sonda para se alimentar. A espasticidade já provocou uma luxação em um dos quadris e uma pré-luxação no outro, mas a cirurgia corretiva só será possível daqui a alguns anos, quando o garoto estiver mais velho.
Enquanto isso, as dores nos braços e nas pernas se intensificaram a ponto de impedir Thomas de frequentar a escola e de participar de terapias essenciais para seu desenvolvimento. “Ele foi ficando cada vez mais tenso por causa da dor e começou a ter crises muito fortes. Mesmo com o uso de canabidiol, ele voltou a ter convulsões”, relatou a mãe ao portal G1.
Em busca de alternativas para aliviar o sofrimento do filho, a família passou a considerar a rizotomia dorsal seletiva, um procedimento cirúrgico que pode ajudar a reduzir a espasticidade. Até o momento, conseguiram contato com apenas um médico especialista no Piauí. O custo da cirurgia é de aproximadamente R$ 70 mil, valor não coberto pelo plano de saúde.
Outra possibilidade avaliada é um tratamento com células-tronco no Paraguai, baseado em medicina regenerativa. Embora ainda não autorizado para o caso de Thomas no Brasil, o método tem mostrado resultados promissores em outras crianças com quadros semelhantes, com melhora na respiração, na imunidade e na redução das convulsões. Cada aplicação custa cerca de US$ 5 mil, e o protocolo inicial prevê ao menos três sessões, além de uma aplicação de reforço. No entanto, segundo a mãe, enquanto as crises de espasticidade não forem controladas, a condição de saúde de Thomas não permite a viagem.
Relembre o caso
Na manhã de janeiro de 2023, Adriana, mãe de Thomas, acordou assustada com o choro do filho, então com apenas 2 anos. Um escorpião havia subido na cama e o picado na cabeça enquanto ele dormia. Ao se mover, o menino foi atingido por mais quatro picadas.
Os pais correram com ele para o hospital, mas o veneno provocou complicações graves: edema pulmonar, falência circulatória e falta de oxigenação no cérebro. Thomas passou o primeiro mês internado em coma. Apesar da recuperação dos demais órgãos, o cérebro sofreu danos irreversíveis, levando ao diagnóstico de paralisia cerebral.