Conselho Federal de Medicina proíbe uso de anestesia para tatuagens estéticas no Brasil - Jornal Terceira Opinião

Conselho Federal de Medicina proíbe uso de anestesia para tatuagens estéticas no Brasil

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma resolução, nesta segunda-feira (28), proibindo o uso de qualquer tipo de anestesia — local, geral ou sedação — para a realização de tatuagens com fins estéticos, “independentemente da extensão ou localização” do desenho.

A medida restringe a atuação de médicos, especialmente anestesiologistas, que vinham sendo contratados para administrar anestesia durante sessões de tatuagem, sobretudo em regiões sensíveis ou em desenhos extensos. A prática, segundo o CFM, representa riscos à saúde pública e não tem respaldo científico quanto à sua segurança.

A única exceção prevista é para casos com indicação médica, como a pigmentação da aréola mamária após mastectomia em pacientes com câncer de mama. Mesmo assim, o procedimento só poderá ocorrer em ambiente hospitalar ou clínico, com estrutura adequada, avaliação pré-anestésica, monitoramento constante e equipe treinada para lidar com possíveis complicações.

De acordo com o conselheiro Diogo Sampaio, relator da resolução, a popularização da anestesia para facilitar a execução de grandes tatuagens expõe os pacientes a perigos desnecessários. “Essa prática aumenta significativamente o risco de absorção sistêmica de pigmentos, metais pesados e outros componentes presentes nas tintas”, alertou.

Sampaio também destacou que “qualquer ato anestésico envolve riscos inerentes ao paciente” e que, sem finalidade terapêutica clara, o uso de anestesia para tatuagens não justifica o risco envolvido. Ele ainda lembrou que estúdios de tatuagem, em geral, não oferecem a estrutura mínima necessária para um procedimento anestésico seguro.

A decisão do CFM foi respaldada pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), que reforçou que até intervenções simples exigem preparo rigoroso. Em nota, a entidade afirmou que é essencial haver consentimento informado do paciente, ambiente com estrutura hospitalar, equipamentos de suporte à vida e equipe treinada.

 

 

 

fonte: tnonline

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