Confusão entre deputados no Paraná termina em mulher detida por racismo - Jornal Terceira Opinião

Confusão entre deputados no Paraná termina em mulher detida por racismo

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A primeira sessão ordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) terminou de forma tumultuada, com trocas de ofensas e discussões acaloradas entre deputados estaduais, além da detenção de uma mulher, suspeita de cometer racismo, na tarde desta segunda-feira (24).

O conflito teve início quando o deputado Márcio Pacheco (PP) questionou o tempo utilizado pelo deputado Renato Freitas (PT) para ler seu voto. Freitas, por sua vez, irritou-se com o comportamento de um assessor de Pacheco, que acompanhava a sessão, o que deu início ao bate-boca.

“O senhor está com algum problema? Por que está me incomodando? Não tem educação e quer aparecer aqui na sala da CCJ. Estou falando diretamente com você, rapaz”, disse Freitas, referindo-se ao assessor. “Se continuar fazendo mímicas, gargalhadas ou interferindo na minha atuação parlamentar, terei que pedir sua retirada.”

Nesse momento, Márcio Pacheco interveio, afirmando que o homem em questão era seu assessor. “Deputado, o senhor não manda aqui na CCJ”, rebateu Pacheco.

A discussão entre os dois se intensificou, com trocas de acusações e ofensas. O presidente da comissão, deputado Ademar Traiano (PSD), também entrou no debate, pedindo respeito durante a sessão, diante dos termos utilizados no confronto verbal.

Pacheco: “Ele é da minha assessoria. O senhor não manda aqui na CCJ.”

Freitas: “Tanto faz, não me importa. Eu te desrespeitei?”

Pacheco: “Ninguém te desrespeitou, deputado. O senhor é um homem público e precisa aceitar que as pessoas se manifestem. Ou não consegue lidar com opiniões contrárias?”

Freitas: “Se tiver um palhaço ao seu lado fazendo mímicas, eu vou me importar. Olhe para trás, o senhor é cego?”

Pacheco: “Ele é da minha assessoria e vai ficar aqui. O senhor que leia seu documento. Você não manda aqui.”

Freitas: “Eu faço o que quiser. Quem é você, coronelzinho de meia pataca?”

Ademar Traiano interrompeu a discussão e pediu que Freitas respeitasse o colega. No entanto, o petista e o presidente da CCJ acabaram envolvidos em outro bate-boca.

Traiano: “Exijo respeito de sua excelência. Aqui não há coronelismo, mas sim um deputado.”

Freitas: “Então exija respeito dele e daquele rapaz. Não tenho medo do senhor, que é corrupto. O senhor é corrupto e não tem moral para falar.”

Traiano: “Conhecemos bem sua história. Não vou fazer teatro aqui.”

Após o tumulto, o deputado Luiz Claudio Romanelli pediu calma aos presentes e sugeriu a retirada do assessor para acalmar os ânimos.

Mulher é detida durante a sessão

Enquanto a discussão ocorria, uma mulher que acompanhava a sessão foi encaminhada à delegacia, suspeita de proferir palavras racistas contra um dos assessores do deputado Márcio Pacheco. O deputado e delegado Tito Barichello emitiu um mandado de prisão contra ela.

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