As investigações da Polícia Científica do Paraná ganharam um importante reforço: Raman, o primeiro cão perito da corporação. O pastor-belga atua diretamente em cenas de crimes, especialmente em casos de homicídio, onde sua principal função é identificar vestígios de sangue invisíveis a olho nu.
O nome do cão foi inspirado na técnica científica “Espectroscopia Raman”, usada para identificar substâncias por meio da luz. Assim como a tecnologia, o faro apurado de Raman vem auxiliando peritos na localização de partículas de sangue que são, posteriormente, confirmadas por exames laboratoriais.
Em junho deste ano, o cão foi essencial na resolução de um caso de homicídio ao encontrar vestígios que passaram despercebidos pela equipe. Ele também já atuou em tentativas de homicídio, localizando sangue em roupas, em uma faca e até dentro de um carro.
Raman foi submetido a quase dois anos de treinamento intensivo para se tornar apto a atuar nas investigações. Segundo a perita criminal Isabella Melo, a preparação teve três fases principais:
- Familiarização com o odor do sangue, apresentada ao cão por quatro meses;
- Identificação do odor entre caixas, onde ele precisava indicar a correta;
- Busca em ambientes diversos, com o sangue escondido em lâminas espalhadas.
Além disso, Raman foi condicionado a ignorar outros cheiros e reagir apenas ao sangue. Ele modifica seu comportamento ao detectar vestígios: pode começar a cavar, girar no ambiente ou até deitar-se sobre o local, indicando aos peritos a presença de sangue.
“A chegada do Raman à perícia representa uma inovação. Ele encontra o que nossos olhos não conseguem ver, otimizando o trabalho, reduzindo o uso de equipamentos e acelerando a coleta de provas”, destaca a perita criminal Sandra Balthazar.
fonte: g1.globo
