BR-376 é parcialmente liberada no Paraná após nove dias de interdição completa; veja como vai funcionar

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberou parcialmente a BR-376, em Guaratuba, após nove dias de interdição completa. O tráfego foi retomado no trecho às 17h30 desta quarta-feira (7).
Em comunicado, a PRF disse que a liberação será de uma faixa em cada sentido da rodovia, por um trecho de 800 metros. A polícia alerta que o trânsito deve ficar lento em toda a extensão da rodovia, entre Curitiba e Joinville (SC).

Ainda segundo a PRF, a Arteris Litoral Sul (ALS), responsável pelo trecho, comunicou a polícia que o local do deslizamento apresenta “condições estruturais e de canalização do trânsito segurar para a liberação”.
A rodovia estava bloqueada em ambos os sentidos desde a noite de 28 de novembro, após um grande deslizamento de terra atingir o KM 669. Duas pessoas morreram no acidente e 12 se salvaram. O caso é investigado pela Polícia Civil (PC-PR) e Ministério Público Federal (MPF) do Paraná. Veja detalhes abaixo.

Desde o acidente, a concessionária vinha sendo pressionada sobre quando ocorreria a liberação da rodovia. Sendo uma das principais rotas para o litoral, a interdição da BR-376 causou reflexos no trânsito em rotas alternativas, como no ferry-boat para travessia entre Guaratuba e Matinhos. A espera para passagem chegou a 14 horas.
Desde o acidente, a ALS reforçou, diversas vezes, que estava empenhada para nos trabalhos de restauração da rodovia. Na terça (6), a PRF afirmou o retorno da chuva chegou a prejudicar os trabalhos na região. Na segunda (5), a concessionária instalou barreiras de contenção na base de uma encosta da estrada.

Liberação gradual
Em nota, a Arteris disse que a liberação das demais faixas no trecho do acidente será gradual, conforme ocorra o avanço das obras de contenção.
Ainda de acordo com a concessionária, a liberação de parte do tráfego nesta terça (7) foi possível após a melhora do clima e da “realização de avaliação técnica da concessionária sobre as condições de segurança no trecho”.
Foram realizados no local do acidente, segundo a Aretris, trabalhos de limpeza, drenagem, recuperação de pavimento e sinalização.
A Arteris disse que, mesmo com a liberação parcial, as encostas da região continuarão sendo monitoradas por equipe técnica.

‘Sequência de erros’, dizem especialistas

Especialistas dizem que a concessionária cometeu ‘sequência de erros’ no caso da BR-376 e contestaram a versão da Arteris Litoral Sul sobre o deslizamento.
A empresa alegou que não havia risco no local, mas geólogos alertam que trecho de serra, com encostas e excesso de chuvas, indicavam alerta para empresa antes do acidente.
Se você tem primeiro um local que tem indícios de uma serra, que tem um relevo propício ao escorregamento, chuvas intensas acumuladas com valor muito alto nas últimas 72 horas, você tem um escorregamento que é um indício de movimentação, e aí você não toma decisão. Então realmente isso é um ponto que a análise de responsabilidade desse acidente e das mortes tem que considerar […] mas houve uma sequência de erros em termo de tomada de decisão”, afirmou Fábio Augusto Reis.
Rotas alternativas
Durante o período do acidente, motoristas que precisavam se deslocar entre o Paraná e Santa Catarina, e que normalmente utilizaram a BR-376, foram indicados a utilizar rotas alternativas pela BR-116, BR-470 (Santa Catarina) e BR-277.
Encerramento das buscas
Em 2 de dezembro, o Corpo de Bombeiros encerrou a buscas por vítimas depois de equipes de resgate conseguirem acessar todos os pontos onde poderiam estar pessoas e veículos.

Segundo o Gabinete de Crise do governo, três carros e seis caminhões foram retirados do local.
No início do acidente, o governo chegou a estimar 30 vítimas desaparecidas, número que diminuiu gradativamente conforme os dias passaram.
Inquérito policial
A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) abriu inquérito para apurar possíveis responsabilidades e causas do deslizamento de terra na BR-376. Em 3 de dezembro, a corporação deu início aos depoimentos de testemunhas.
O prefeito de Guaratuba, Roberto Justus (DEM), foi ouvido pelo delegado. Ele teve o carro em que estava com o motorista atingido pela lama. Os dois conseguiram quebrar o vidro e escapar a pé, sem ferimentos.
‘Entregando a vida na mão de alguém que decidiu que a gente podia descer a serra’, diz prefeito
A investigação ocorre na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).
Em nota, a Arteris Litoral Sul disse que “irá prestar todos os esclarecimentos necessários à Polícia Civil para contribuir com a elucidação do caso”.
Em 1º de dezembro, o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná abriu um procedimento para investigar “eventual responsabilidade” da PRF no deslizamento. Dois dias após o deslizamento, a PRF afirmou em coletiva que a decisão sobre o fechamento da rodovia cabia à Arteris. Em resposta, a concessionária disse que ainda era prematuro apontar as causas do acidente.

As informações são do G1 Paraná.

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