O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou se manifestar sobre as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Global Magnitsky. Ao ser abordado por jornalistas na saída da sede do PL, em Brasília, nesta quarta-feira (30), limitou-se a dizer: “Eu não tenho nada com isso”.
Apesar de Moraes já ter afirmado que não há qualquer restrição para que Bolsonaro conceda entrevistas, o ex-presidente — que está sob medidas cautelares e proibido de usar redes sociais — tem adotado uma postura de silêncio. Na mesma ocasião, ele também evitou comentar a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Embora negue envolvimento com o caso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, foi um dos principais articuladores do pedido que resultou na sanção americana contra Moraes. Exilado nos Estados Unidos, Eduardo manteve contato com autoridades locais com o objetivo de pressionar pela medida, buscando anistia para o pai e outros condenados por participação na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
Aliado de Eduardo, o influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo também celebrou a sanção. Em uma publicação na rede X (antigo Twitter), ele afirmou que os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, também do STF, poderão ser alvos de medidas semelhantes se não “soltarem a mão do tirano”, em referência a Moraes.
A Lei Global Magnitsky é usada pelos EUA para punir indivíduos acusados de graves violações de direitos humanos e corrupção em escala internacional. Até então, a norma vinha sendo aplicada a autoridades de regimes autoritários, membros de organizações terroristas, envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro e crimes como assassinatos em série.
As sanções contra Moraes bloqueiam seu acesso a bens nos Estados Unidos, impedem sua entrada no país e obrigam empresas com ativos em território americano — incluindo bancos e plataformas tecnológicas — a restringir seu acesso a serviços.
fonte: taroba