Bolsonaro e a rivalidade israelense-iraniana na América do Sul

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Bolsonaro em menos de uma semana no poder, tomou uma série de decisões que começam a afetar várias pessoas, inclusive o fim do ministério do trabalho no Brasil.

Israel tem sido um grande inimigo desde 1979, quando os revolucionários iranianos derrubaram o regime Pahlavi e estabeleceram a República Islâmica em seu lugar. Desde então, a hostilidade transbordou para regiões além do Oriente Médio e no seu ponto auge afetou a segurança nacional e as políticas externas de nações em todo o mundo.

A nova presidência de direita no Brasil provavelmente prejudicará os interesses iranianos na América do Sul, com a subida de Bolsonaro ao poder. A América do Sul, com sua história revolucionária e política tradicionalmente esquerdista, é uma dessas regiões onde Teerã e seu aliado libanês Hezbollah têm procurado, com relativo sucesso, minar os interesses israelenses.

O atentado de julho de 1994 contra o centro judaico, a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que matou 85 pessoas e feriu mais de 300 pessoas, foi um divisor de águas na crescente onda de animosidade entre Irã e Israel. Mais de duas décadas depois, em janeiro de 2015, Alberto Nisman, o promotor argentino que liderava a investigação do atentado, foi encontrado morto em seu apartamento, poucos dias depois de acusar a então presidente Cristina Fernandez de Kirchner de encobrir a ligação iraniana com o sul.

Enquanto Teerã continua a dominar em partes da América do Sul, a ascensão de um novo defensor de Israel na região pode reduzir significativamente a sua influência nos próximos anos. O político de extrema-direita Jair Bolsonaro, que expressou repetidamente sua simpatia por Israel, tomou recentemente o poder e a sua presidência certamente procurar uma relação diferente com Israel e diferente na maneira como a anterior presidência lidou com vários tópicos desde a lei de armas até aos direitos LGBT.

A visita de Israel a território Brasileiro

Mesmo antes de assumir oficialmente seu posto, Bolsonaro começou a fazer promessas de transferir a embaixada do Brasil em Israel de TelAviv para Jerusalém. As promessas foram reiteradas quando, no final de dezembro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez uma visita oficial ao Brasil, a primeira vez que um chefe de Estado israelense se apresentou em território Brasileiro. Bolsonaro demonstrou nesta visita o seu apoio à comunidade israelita e esta cooperação benéfica provavelmente incluirá esforços compartilhados para conter a influência iraniana e reprimir atividades financeiras suspeitas do Hezbollah na América Latina, que também se tornaram um alvo importante na campanha do governo Trump contra o narcotráfico.

Em setembro de 2018, a polícia brasileira prendeu AssadAhmadBarakat, um cidadão libanês acusado pelos Estados Unidos e pela Argentina de lavagem de dinheiro em nome do Hezbollah e de servir como um de seus principais operadores financeiros na região. Em 2006, o Departamento do Tesouro dos EUA classificou Barakat como “terrorista global” e colocou seu nome na lista negra de financiadores do Hezbollah na Tríplice Fronteira, uma área com tríplice fronteira que liga o Paraguai, a Argentina e o Brasil.

Na esteira da “Operação Chumbo Fundido” de Israel contra a Faixa de Gaza em dezembro de 2008 – que deixou cerca de 1.400 palestinos incluindo 400 crianças mortas e milhares de feridos – o governo venezuelano do ex-presidente Hugo Chávez expulsou o embaixador de Israel para Caracas antes de romper todas as relações diplomáticas.

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