Dois atores foram baleados no rosto e nas nádegas após serem confundidos com criminosos enquanto guardavam equipamentos ao término de uma gravação no bairro de Cosme de Farias, em Salvador, na tarde do último domingo (9/3).
Os artistas portavam réplicas de armas utilizadas na filmagem, mas os objetos não possuíam as marcações laranja obrigatórias por lei. Além disso, a Polícia Militar não havia sido informada sobre a gravação, o que contribuiu para a confusão.
Os feridos foram socorridos e levados ao Hospital Geral do Estado (HGE). Até o momento, não há informações detalhadas sobre o estado de saúde deles.
Segundo a Polícia Militar, agentes da 58ª Companhia Independente (CIPM) foram acionados para apoiar uma equipe do Samu na Rua São Domingos. Ao chegarem, os policiais avistaram cerca de dez homens armados e, ao se aproximarem, dispararam. O grupo se dispersou, e um dos envolvidos foi alcançado e detido.
Durante a abordagem, o homem informou que participava de uma filmagem e que as armas eram cenográficas. No local, os policiais apreenderam 25 réplicas, incluindo pistolas, submetralhadoras, fuzis e carregadores, além de um rádio comunicador. O material e o detido foram encaminhados para a delegacia. A Polícia Civil ainda não esclareceu se ele foi liberado.
Relato do diretor
Rodrigo Batista, diretor do grupo Fatos de Favela, responsável pela produção do filme, relatou o ocorrido nas redes sociais. Segundo ele, a gravação já havia sido finalizada e a equipe recolhia o material quando os policiais chegaram.
“A gente recolheu os banners e fomos guardar as armas em uma caixa. Infelizmente, nesse momento, os policiais entraram na favela, viram alguns com as armas na mão e atiraram contra a gente. A maioria correu, um conseguiu se esconder, explicou que era uma gravação e os policiais entenderam”, contou o diretor.
Rodrigo admitiu que a equipe cometeu um erro ao manusear as réplicas em via pública e reconheceu a falta de cautela.
“Não estou aqui para julgar os atores ou os policiais. Os policiais não tiveram culpa, foi um desacerto nosso. Infelizmente, fomos guardar as armas airsoft em um local de passagem, faltou atenção nossa.”
Alerta da Polícia Militar
A Polícia Militar reforçou que o uso de réplicas de armas sem a devida sinalização pode representar um risco à segurança dos envolvidos. A corporação recomendou que, em futuras produções, a PM seja informada previamente para evitar incidentes semelhantes.
fonte: metropoles