Tecnologia brasileira usa IA para diagnosticar Covid-19 pela saliva - Jornal Terceira Opinião

Tecnologia brasileira usa IA para diagnosticar Covid-19 pela saliva

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Cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) desenvolveram uma tecnologia inovadora capaz de diagnosticar a Covid-19 a partir da análise da saliva. O método, chamado Sagapep, une biossensores eletroquímicos com algoritmos de inteligência artificial, proporcionando um exame rápido, preciso e acessível.

A proposta representa um avanço no uso de dispositivos portáteis para o diagnóstico de doenças infecciosas, especialmente em contextos de atenção primária à saúde. Segundo os pesquisadores, o sistema é capaz de detectar alterações na saliva provocadas pelo vírus, mesmo com a diversidade de sintomas das variantes mais recentes.

Atualmente, os sintomas mais comuns da Covid-19 se assemelham aos de uma gripe comum: coriza, tosse, dor de cabeça e dor de garganta. A febre, antes um indicativo clássico, hoje aparece com menor frequência em casos leves. Algumas variantes, como as derivadas da JN.1, têm se associado também a insônia e sensações de ansiedade.

O Sagapep se baseia em biossensores que identificam sinais moleculares em fluidos corporais, como sangue, urina ou saliva — o mesmo princípio utilizado em testes de glicemia. O diferencial da pesquisa da UFU está no uso inédito de dois tipos de inteligência artificial, que aumentam significativamente a precisão do diagnóstico.

“É o primeiro algoritmo de inteligência artificial aplicado a esse tipo de equipamento para diagnóstico de doenças. Foi também a primeira vez que usamos peptídeos salivares nesse contexto”, explicou o pesquisador Robinson Sabino-Silva, coordenador do Grupo de Inovação em Diagnóstico Salivar e Nanobiotecnologia da UFU (Salivanano/UFU).

Na prática, os algoritmos foram usados para identificar e otimizar peptídeos naturais da saliva com maior afinidade pelo vírus da Covid-19. Esses peptídeos funcionam como sensores moleculares. Ao se ligarem ao vírus, geram sinais eletroquímicos que são interpretados pela IA, elevando a confiabilidade do resultado.

Além de seu alto desempenho, a tecnologia é portátil e de baixo custo, o que pode democratizar o acesso a exames confiáveis e facilitar o diagnóstico precoce em regiões com infraestrutura limitada.

O projeto dá continuidade ao legado do professor Luiz Ricardo Goulart, referência nacional em biossensores aplicados à saúde. A pesquisa foi financiada por meio de parcerias com a Capes, CNPq e Fapemig, e integra importantes redes científicas como os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) em Saúde Oral, Teranóstica e Nanobiotecnologia (TeraNano), além da Rede Mineira de Diagnóstico de Doenças Infecciosas (ReMinD).

 

 

Fonte: metrópoles 

 

 

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