Mãe de santo é presa por tortura e exploração de adolescentes

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Hayra Vitória Pereira Nunes, uma mãe de santo de 22 anos, foi presa acusada de crimes como exploração sexual de adolescentes, associação criminosa, lesão corporal grave e tortura. Ela teria mantido jovens e adolescentes em um terreiro de umbanda em Brasília, onde os explorou e submeteu a maus-tratos.

De acordo com o relato de uma das adolescentes ao portal *Metrópoles*, ela foi forçada a se isolar da família e sofreu diversas formas de tortura no local. A jovem passou cinco meses na Tenda Espiritual Vovó Maria Conga Aruanda, onde foi submetida a condições extremas.

A adolescente, que havia fugido de casa por não se sentir aceita pelos pais, buscava apoio para sua transição de gênero, já que se identificava como uma mulher transexual. Ao chegar ao terreiro, Hayra prometeu acolhimento e um emprego, mas a realidade foi muito diferente. A jovem foi obrigada a realizar tarefas domésticas e cortar contato com a família. Além disso, foi forçada a se prostituir e testemunhou agressões contra outros moradores.

“Ela nos transformou em escravos. Éramos obrigadas a nos prostituir”, relatou a vítima. “Comecei a usar roupas sensuais, que ela me obrigava a vestir. Também posávamos para fotos íntimas para atrair clientes. Todo o dinheiro ia para a conta dela.”

O pior episódio ocorreu quando a adolescente roubou cerca de R$ 200 de Hayra. Ao ser descoberta, ela foi brutalmente agredida com nove pauladas nos braços e nas mãos. Já desnutrida, a jovem ainda teve partes do corpo queimadas como punição. Hayra usou uma concha com brasa para queimar as mãos, a cabeça e a língua da vítima, além de aplicar pimenta nas feridas e jogar cachaça sobre seu corpo.

“Naquele momento, eu pensei que ela ia colocar fogo em mim”, desabafou a adolescente.

Em janeiro de 2025, a jovem conseguiu fugir do terreiro e procurou o pai, que a levou ao Hospital Regional da Asa Norte, onde passou por cirurgias reparadoras. Com base no relato e nas provas apresentadas pela vítima, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu um inquérito contra Hayra. Além dela, o marido, Lucas Gomes, e um caseiro do terreiro, identificado como Alex, também foram presos. Os três prestaram depoimentos contraditórios às autoridades.

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