Reportagem Tarobá News
Cidnéia Aparecida Mariano, conhecida como Néia morreu neste domingo (30), em Londrina. Ela ficou conhecida após ser vítima de tentativa de feminicídio em 2019. O companheiro dela à época do crime, Emerson Henrique de Souza, foi acusado e condenado a 23 anos de prisão.
Néia foi espancada violentamente por Emerson e abandonada na região da Warta, zona norte de Londrina. A mulher teve ferimentos graves e ficou tetraplégica e ficou com sequelas irreversíveis, após ele tentar matá-la por asfixia. A vítima buscava, amigavelmente, romper a relação com o então companheiro. Ele se recusava a deixar a casa dela e por isso, teria cometido o crime. Néia, que virou símbolo da luta contra violência contra mulher e feminicídio, deixa quatro filhos.
A irma de Sidnéia, Silvana Mariano, comentou a história de luta contra a violência nas redes sociais. “Minha irmã caçula, se foi. Não foi a Covid-19 que a tomou de nós. Foi um vírus criado e cultivado cotidianamente pelas sociedades humanas chamado machismo. O fim da vida de Néia teve início naquele domingo de 09 de abril de 2019 quando ela decidiu pôr fim ao seu casamento. Sem admitir que Néia pudesse ter uma vida própria sem sua participação, Emerson tentou matá-la por asfixia.
Inexplicavelmente, Néia sobreviveu, foi resgatada e hospitalizada. No hospital, lutou pela vida por dois meses e de lá saiu sem qualquer movimento e sem fala. Acreditamos na sua reabilitação e essa esperança foi se desfazendo aos poucos. Durante quase dois anos após a saída do hospital, Néia lutou pela vida. Nessas últimas semanas, ela desistiu. Apesar de todos os cuidados familiares e médicos, ela se definhou e tristemente nos deixou neste domingo, 30 de maio. Néia se foi, vítima de feminicídio consumado.
Vá em paz, minha irmã. Aqui faremos a luta para que outras mulheres possam livremente romper um casamento em segurança. Gratidão eterna a cada pessoa que se solidarizou conosco e de diferentes modos contribuiu para o bem-estar de Néia nesse período. Néia presente!”.