O G1 questionou a Prefeitura se a Secretaria Municipal de Saúde não viu que as doses estavam vencidas antes da aplicação, qual era a data de validade dessas 80 doses e quando o município recebeu essas doses, mas a pasta informou que as informações que possuía constavam no comunicado oficial.
Ao Bom Dia SP, o prefeito informou já ter determinado uma investigação para saber o que levou ao erro. Lemos explicou que os sete frascos sobraram de um lote anterior de vacinas e foi guardado erroneamente com outras doses, essas com validade maior, o que gerou o erro.
“As vacinas fora do prazo, a princípio, não oferecem riscos, mas são consideradas inválidas”, garante o político. “As vacinas serão aplicadas novamente em prazo curto, vamos entrar em contato para acompanhar a saúde das pessoas. É uma questão preventiva, mesmo”, disse.
Agora, as pessoas receberão vacinas do Instituto Butantan, a CoronaVac, segundo Aline Andrade, diretora de vigilância em Saúde de Dracena. “A orientação é de que elas podem ser revacinadas daqui há um mês. Então será em 14 e 15 de maio a outra dose, considerando a primeira inválida”, explica.
A administração municipal ressaltou que a campanha de vacinação vem sendo desenvolvida na cidade com todo o cuidado, desde o mês de janeiro, para evitar os mais diferentes problemas.
André Kozan Lemos detalhou ter vacinação “adiantada” no município, com aplicação de 15 mil doses em população de 50 mil pessoas. “Começamos a imunização a partir de 64 anos e estamos adiantados. Lamentamos muito [o erro], temos tido excelente desempenho para vacinar, feito hora extra. Foi um erro grave e será apurado”, diz.
Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a distribuição da vacinas e sua logística não é competência da Anvisa. Este é uma responsabilidade do PNI.
“Em relação à validade, as condições de conservação, armazenamento e prazo de validade aprovados para cada vacina são baseados nos estudos de estabilidade e devem ser seguidos para garantir a qualidade de vacinas e medicamentos”, explicou a Anvisa.
A agência também esclareceu que a investigação local e monitoramento de pacientes é responsabilidade da Vigilância Sanitária local do município.
Sobre o caso, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo enviou a seguinte nota à TV Fronteira:
“Cabe ao município monitorar e prestar assistência aos pacientes, se necessário, e sobretudo zelar pela verificação da dose antes de aplicá-la, conferindo lote e demais detalhes que devem ser cadastrados e registrados na carteira de vacinação do cidadão. O Estado é responsável por distribuir as doses e compartilhar com os municípios as diretrizes do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e do PEI (Plano Estadual de Imunização) contra Covid-19 de SP, que estabelecem os critérios de aplicação das vacinas, bem como os procedimentos em eventual erro de administração ou inconformidade do imunizante. Nestas situações, a falha deve ser reportada na plataforma VaciVida para que a Vigilância Epidemiológica proceda com a análise e orientações”.
A TV Fronteira também solicitou um posicionamento sobre o caso para o Ministério da Saúde , mas até o momento não obteve resposta.
Fonte: G1